Mestrado: “Simulação Numérica com Zonas Climáticas Locais da Ilha de Calor Urbana na Região Metropolitana de São Paulo"

Data

Horário de início

09:00

Local

Sala P 207 - Bloco Principal - IAG/USP

Defesa de dissertação de mestrado
Aluno: Kellyssa Loren de Lima Alves
Programa: Meteorologia
Título:  “Simulação Numérica com Zonas Climáticas Locais da Ilha de Calor Urbana na Região Metropolitana de São Paulo"
Orientadora: Profa. Dra. Rita Yuri Ynoue - IAG/USP

Comissão Julgadora:

Membros Titulares

  1. Profa. Dra. Rita Yuri Ynoue – Presidente e Orientadora – IAG/USP
  2. Prof. Dr. Renato Luiz Sobral Anelli – FAU/Universidade Presbiteriana Mackenzie
  3. Profa. Dra. Flávia Noronha Dutra Ribeiro - EACH/USP

Membros Suplentes

  1. Prof. Dr. Edmilson Dias de Freitas - IAG/USP 
  2. Prof. Dr. Loyde Vieira de Abreu Harbich – FAU/ Universidade Presbiteriana Mackenzie
  3. Prof. Dr. Max Wendell Batista dos Anjos – CCHLA/UFRN

Resumo: A expansão das cidades tem se intensificado nas últimas décadas, acarretando impactos urbanos. A ilha de calor urbana (ICU), caracterizada pela temperatura mais elevada  encontrada nas cidades em relação às áreas rurais circunvizinhas, é uma das consequências  mais conhecidas da urbanização no clima em escala local. À vista disso, o objetivo geral deste trabalho é investigar a ocorrência de ICU na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP),  destacando a contribuição da morfologia urbana e das condições meteorológicas na evolução  do fenômeno. Para tanto, utilizou-se o modelo numérico Weather Research and Forecasting  (WRF) e a classificação do espaço urbano em Zonas Climáticas Locais (ZCL). Na RMSP, encontraram-se 8 classes de ZCL variando desde edificações altas e compactas com pouca  vegetação (ZCL 1, na parte central da cidade de São Paulo) até edificações baixas e esparsas  com presença de vegetação (ZCL 9, na parte periférica da RMSP). Realizaram-se simulações  para os meses de setembro de 2014 a 2023, a fim de avaliar a variação espacial da   temperatura do ar na RMSP e o comportamento da ICU em relação a pontos rurais distintos.   Considerando todos os pontos urbanos, observou-se a maior temperatura média no período  em Jardim Paulista (ZCL 1), com 21,5 ± 5,1 °C, e a menor em Ribeirão Pires (ZCL 6), com 18,7 ± 4,5 °C. Entretanto, verificou-se que locais com um mesmo tipo de ZCL, mas em  diferentes regiões da RMSP apresentaram resultados distintos, indicando a existência de  outros fatores além das características locais contribuindo para o padrão encontrado. Após  uma análise dos pontos urbanos em 4 clusters, evidenciou-se um gradiente de temperatura  de sudeste para noroeste na RMSP. Nos dias com condições meteorológicas propícias à ICU,  isto é, dias sem nebulosidade e com ventos calmos, verificaram-se intensidades de ICU mais acentuadas. Os dias não propícios suavizaram as magnitudes, atingindo valores máximos 4,8  °C inferiores aos obtidos nos dias propícios. Além disso, identificou-se que o fenômeno é mais  pronunciado no período noturno, com pico máximo, predominantemente, no horário de  18:00 HL. Ao longo do dia, as intensidades encontradas foram menores. Em relação aos  pontos rurais, destaca-se a importância de considerar a localização dessas áreas ao avaliar a  magnitude da ICU. Como a brisa marítima ameniza a temperatura do ar em locais mais  próximos ao litoral, a ICU pode ser mais ou menos intensa dependendo da escolha do ponto rural. A comparação dos pontos urbanos com o ponto rural sudeste resultou em ICU mais  intensa (atingindo diferenças de temperaturas de até 9,7 ± 2,6 °C às 18:00 HL nos locais  mais quentes) do que aquela gerada com o ponto noroeste (5,0 ± 2,2 °C no mesmo horário  para os mesmos locais). Os resultados da ICU obtidos a partir de dados de observação  corroboram para essas constatações, ressaltando a relevância e o bom desempenho da  modelagem atmosférica em estudos urbanos. Ademais, observou-se que áreas com maior  densidade de construção e menor fator de visão do céu (ZCL 1 a 3) apresentaram menores reduções da magnitude da ICU ao fim do período noturno (06:00 HL) quando comparadas a  áreas menos densas com construções mais esparsas (ZCL 6 e 9). Esses resultados indicam o  efeito das edificações no maior armazenamento de calor e na liberação tardia, mantendo as  áreas urbanas mais quentes e gerando diferenças intraurbanas de temperatura. Portanto, a  análise da ICU deve considerar não só as condições meteorológicas da escala sinótica, mas  também a circulação regional, o ponto rural de referência e a morfologia urbana.

Palavras- chave: ilha de calor urbana, Zonas Climáticas Locais, WRF.