De olho em Phact: desvendando uma estrela Be e seu disco

Autor Amanda Caveagna Rubio
Orientador Alex Cavalieri Carciofi
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2019
Palavras chave análise Bayesiana
estrelas Be
fotometria
MCMC
polarimetria
Departamento Astronomia
Resumo

Discos são comuns em sistemas astrofísicos. Eles estão presentes em objetos estelares jovens, variáveis cataclísmicas, e até em núcleos ativos de galáxias. Vários desses discos podem ser bem descritos pela formulação de discos alpha, que assume que o disco é regulado pela viscosidade do material, descrita por um parâmetro chamado simplesmente de $\alpha$. Todos os discos nos sistemas citados são discos de acreção: a matéria do disco está espiralando em direção ao objeto central, seja ele uma estrela ou um objeto compacto como um buraco negro. Porém, existe um caso particular em que o disco é de decreção, formado de matéria expelida pelo objeto central: as estrelas Be. Estrelas Be são estrelas de tipo espectral B de alta rotação que, pelo elusivo fenômeno Be, ejetam matéria para órbita formando um disco Kepleriano viscoso. O modelo teórico que melhor descreve esses objetos é uma modificação do disco alpha, o modelo do disco de decréscimo viscoso (VDD), onde a viscosidade é a principal força agindo no disco uma vez que a matéria entra em órbita. O VDD foi testado com sucesso por diversos estudos multi-técnicas de estrelas Be, e é atualmente considerado o paradigma para esses objetos. Com a robusta estrutura do VDD como fundamento, podemos atacar o problema de como determinar os parâmetros fundamentais dessas estrelas com novos métodos e utilizando técnicas modernas como a inferência Bayesiana-Monte Carlo com cadeias de Markov (MCMC). Nesse trabalho, combinamos técnicas MCMC com a grade de modelos de transferência radiativa BeAtlas para inferir os parâmetros fundamentais da estrela Be alpha Columbae (Phact), para a qual determinamos parâmetros estelares, geométricos e de disco utilizando fotometria, polarimetria e espectroscopia no ultravioleta. Encontramos que alpha Col é uma estrela de ~4.66 Msol, bastante evoluída, com uma taxa de rotação de 0.74. O sistema é visto à uma inclinação de aproximadamente 40º. O disco é tênue e tem um expoente de densidade de 2.5, mais íngreme do que o esperado teoricamente para uma estrela Be estável como alpha Col, um resultado que concorda com a tendência de n < 3.5 para estrelas Be encontrada em estudos recentes. O disco também é truncado em 20 Req, indicando a presença de uma companheira binária próxima.

Anexo MESTRADOFINAL.pdf