O Grande Debate e a Descoberta da Expansão do Universo
Autor | Julio Lamon |
Orientador | José Ademir de Sales Lima |
Tipo de programa | Mestrado |
Ano da defesa | 2017 |
Departamento | Astronomia |
Resumo | No século XVIII, alguns objetos celestes difusos que podiam ser observados a vista desarmada ficaram bastante conhecidos como nebulosas. Em 1755, o filósofo Immanuel Kant (1789 -1804) sugeriu que as nebulosas seriam sistemas estelares como a Via Láctea; introduzindo assim a noção de “Universos-Ilha”. Em 1789, o astrônomo William Herschel (1738-1822), o maior construtor de telescópios da época, publicou um catálogo com mais de mil nebulosas. Por mais de dois séculos permaneceu em aberto a questão da localidade das nebulosas. Em outras palavras, seria a Via Láctea todo o Universo incluindo as nebulosas, ou as nebulosas seriam os kantianos “Universos-Ilha”? Essa questão foi analisada no que ficaria conhecido como “O Grande Debate” entre os astrônomos Harlow Shapley e Heber Curtis, realizado em 1920 na sede da Academia de Ciências Americana (Washington). O debate terminou inconclusivo devido à dificuldade de se medir grandes distâncias em Astronomia. No final de 1923, o mistério foi resolvido por Edwin Hubble, ao estimar a distância até a nebulosa de Andrômeda (M31), demonstrando inequivocamente que estava fora da Via Láctea. Dessa forma, utilizando a calibração das estrelas variáveis Cefeídas - proposta por Henrietta Leavitt e sugerida para medir distâncias até as nebulosas por Harlow Shapley - Hubble fundou uma nova área do conhecimento, a chamada Astronomia Extragaláctica. A verdadeira cosmologia observacional dava seus primeiros passos. Em 1929, utilizando medidas de velocidade e distância para uma amostra de vinte e duas nebulosas (galáxias), Hubble descobriu a expansão do Universo. |
Anexo | julio_lamon_corrigida.pdf |