Análise do material particulado (indoor/outdoor) e efeitos na saúde em um Lar de idosos de São Paulo

Autor Natannael Almeida Sousa
Orientador Fabio Luiz Teixeira Goncalves
Tipo de programa Doutorado
Ano da defesa 2021
Palavras chave efeitos na saúde
Idosos
Material particulado
partículas ultrafinas
população vulnerável
Risco carcinogênico
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo
Entre os poluentes presentes no ar, o material particulado (MP) tem uma significante importância para saúde pública devido a associação com efeitos adversos à saúde, principalmente em populações mais susceptíveis como idosos, crianças e pessoas com doenças pré-existentes. O objetivo da presente pesquisa foi avaliar o MP em dois ambientes (indoor/outdoor) em uma Instituição de longa permanências para idosos (ILPI-Ondina Lobo, São Paulo - SP). Foram realizadas medidas de MP, em diferentes faixas de diâmetro, usando um Impactador (PCIS-SKC) por 24 horas e medições de MP2,5 e partículas ultrafinas (UFP) durante o dia. A concentrações médias outdoor (32,0 g/m³ para MP10 e 22,8 g/m³ para MP2,5) foram maiores (p < 0.05) que o indoor (21,6 g/m³ para MP10 e 14,6 g/m³ para MP2,5), indicando a forte influência das fontes externas e reforçada pela relação entre os ambientes indoor/outdoor, r2 = 0.84 e 0,79 para PM10 e PM2.5, respectivamente. As medias diárias para MP10 e MP2,5 excederam as recomendações da OMS nos diferentes períodos do ano mensurados. Análises de elementos nas partículas quase-ultrafinas (<0,25) indicaram significativas concentrações de S, K e Na em todas as campanhas, além de outros elementos potencialmente nocivos à saúde. Altas concentrações de SO42-, NH4+ e NO3-, nas frações finas, indicaram a forte influência de emissões veiculares na região estudada, mesmo no ambiente indoor. Maiores medidas de NH4+ indoor indicaram fontes internas de amônia. UFP e MP2,5 evidenciaram a influência de fontes locais, principalmente em horários de maior taxa de ocupação nos espaços. Em complementação, estimativas de deposição indicaram uma fração de deposição 32% maior em homens do que em mulheres (indoor/outdoor), para UFP a deposição nos homens e mulheres registrou máximos de 1,4 · 109 kg-1 e 1,05 · 109 kg-1, respectivamente. Avaliações de risco carcinogênico (LCR) registraram valores médios de (2.2 · 105 e 4.6 · 105 / 1.9 · 105 e 3.8 · 105) outdoor e indoor respectivamente nos cenários subcrônico e crônico, indicando um significativo risco carcinogênico para os idosos, principalmente em maiores tempos de exposição. O estudo confirma que tanto o ambiente indoor como o outdoor podem ser potencialmente nocivos à saúde da população idosa residente no local estudado, evidenciando a importância do controle de emissões atmosféricas e a necessidade de estratégias para a redução desses poluentes onde essa população vive.
Anexo TESE_Corrigida_Natannael.pdf