Dengue em Recife: análise da inter-relação entre a precipitação e os casos confirmados sob uma perspectiva climática, geográfica e de saúde pública

Autor Iuri Valerio Graciano Borges
Orientador Tercio Ambrizzi
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2022
Palavras chave Climatologia
Dengue
Epidemiologia
Precipitação classificada
Regressão não linear
Sanemaneto
Sorotipos
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo
Epidemias em larga escala de arboviroses como, por exemplo, a dengue, tem levantado um alerta para a sociedade no que diz respeito ao combate de seus principais vetores de transmissão, além da busca pelo entendimento dos ambientes propícios para os mesmos e as condições e parâmetros que têm maior peso e casualidade na forma como estes vetores vem se espalhando pelo mundo nos últimos anos. O Aedes aegypti é o principal vetor de transmissão no Brasil de arboviroses como dengue e zika, e sua presença e crescimento populacional está intimamente ligada com o clima tropical e as condições geográficas das cidades brasileiras. Este trabalho analisa a inter-relação entre a precipitação e os casos confirmados de dengue na cidade de Recife (PE), buscando em conjunto um paralelo com as condições de saneamento básico das cidades próximas e com a própria clínica da doença avaliando as contagens de sorotipos do dengue. É visto que a correlação direta entre a precipitação e os casos confirmados só é vista ao serem avaliadas suas medias mensais sem levar em conta os anos de picos epidêmicos, mostrando que os meses com maiores (menores) números de casos ocorrem na estação chuvosa (seca) da cidade. Também é evidenciado que as precipitações do tipo fraca, moderada e forte são as que apresentam maior ligação com os períodos de aumentos de casos na cidade. Ao serem avaliados os dados através de uma regressão multivariada, observa-se que a meteorologia tem maior influência na manutenção do ambiente propicio para proliferação do mosquito através do provimento de criadouros por água da chuva e falta de coleta de lixo adequada nos municípios próximos, enquanto que os sorotipos interferem diretamente nas epidemias, de forma a elevar de forma acentuada o número de casos e sendo independente das condições meteorológicas.
Anexo IAG_USP_IURI_final.pdf