O papel do Oceano Atlântico Sudoeste e da oscilação Antártica nos extremos de precipitação no Sul do Brasil.

Autor Elen Daiane Pelissaro
Orientador Tercio Ambrizzi
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2022
Palavras chave Eventos extremos chuvosos
Eventos extremos secos
Fase neutra do ENOS
Sazonalidade
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo
Em razão dos impactos provocados pelos eventos extremos de precipitação, principalmente nos setores social, energético e agrícola, sendo a RSB uma região que agrega todos estes setores e levando em conta a necessidade de se compreender quais mecanismos atuam na variabilidade da precipitação desta região quando o fenômeno ENOS está em sua fase neutra, este estudo buscou investigar a influência da AAO e das anomalias de TSM no OASO nos extremos de precipitação da RSB em anos de neutralidade do fenômeno ENOS. Utilizou-se o índice MEI.v2 para separar o período em que o ENOS esteve em sua fase neutra entre 1900 e 2010 e dados mensais da reanálise ERA-20c foram usados para representar as condições atmosféricas deste período. Os percentis de 25% e 75% das anomalias de precipitação na RSB foram determinados a fim de representar os eventos extremos secos e chuvosos, respectivamente. Estes eventos foram relacionados com as fases do índice de AAO e com os valores de anomalias de TSM no OASO, para o período sem e com separação sazonal. Os eventos extremos chuvosos foram mais frequentes que os secos e ocorreram predominantemente na primavera e verão, enquanto os secos foram observados em sua maioria no outono e inverno, especialmente no inverno. Com relação à intensidade dos eventos extremos secos nas combinações separadas dos parâmetros AAO e TSM, no RS a combinação mais (menos) seca foi a AAO+ (AAO-), já em SC e no PR foi a TSM+ (TSM-). Com relação aos eventos extremos chuvosos, a combinação AAO+ foi a que apontou o padrão mais chuvoso em toda a RSB, já a combinação menos chuvosa foi a TSM- para o RS e TSM+ para SC e PR. Em termos do comportamento sazonal dos eventos extremos secos, no outono a combinação TSM+ foi a mais seca em toda a RSB e não foi possível identificar um padrão menos seco. No inverno, no RS o padrão da combinação TSM-AAO+ (TSM-AAO-) foi o mais (menos) seco, já em SC e no PR, TSM+AAO+ foi a combinação mais seca, enquanto que a TSM-AAO- (TSM+AAO-) exibiu o padrão menos seco em SC (no PR). Com relação a sazonalidade dos eventos extremos chuvosos na primavera, a combinação TSM+AAO+ apresentou o padrão mais chuvoso em toda a RSB, enquanto que a TSM-AAO- foi a menos chuvosa. No verão, não houve uma combinação mais ou menos chuvosa no RS e SC, já no PR, a combinação AAO- (TSM+AAO+) mostrou o padrão mais (menos) chuvoso. Com relação aos campos de anomalias de altura geopotencial em 700 hPa, nos eventos extremos secos anomalias positivas atingiram parte da ou toda a RSB em 17 das 20 combinações, já nos eventos extremos chuvosos, em 13 das 20 combinações a RSB esteve sob um padrão de neutralidade e não foi possível identificar padrões de acordo com a sazonalidade. Nos eventos extremos chuvosos, os padrões atmosféricos em altos níveis exibiram características típicas do sistema de monção da AS, especialmente no verão.
Anexo dissertacao_elen_versao_final_compressed.pdf